Como ajudar em reflorestamento e recuperação de matas nativas?

O reflorestamento intencional envolve o plantio e manutenção de vegetação em áreas que tenham sido previamente degradadas ou destruídas e, de acordo com a finalidade do plantio, determinadas espécies são escolhidas.

Esse replantio pode ocorrer de duas maneiras: na primeira respeitando as espécies nativas da região, uma prática desejável, já que contribui com o ecossistema e a preservação da fauna local. Já a segunda, replantar espécies não locais, que muitas vezes descaracterizam e destroem o ecossistema regional.

Primeiramente, são plantadas as espécies pioneiras, que crescem rápido e trazem resultados em curto prazo, depois disso plantam-se as espécies com um ciclo de vida mais longo, são as chamadas “clímax”. É feito um equilíbrio entre a plantação das duas espécies, assim as pioneiras crescem e fornecem sombra para as clímax, sem prejudicá-las.

1- Plantar ou deixar por conta da natureza

Existe uma opinião, endossada por setores do IBAMA, que recomenda deixar a regeneração da mata de forma espontânea, não plantando nem roçando o mato, apenas cercando a área para impedir entrada de gado. Desta forma voltariam a ocorrer espécies naturais da região, vindas de sementes das proximidades ou mesmo em estado de dormência.]


2- Fator de regeneração progressiva.

Em uma área degradada, a recomposição da mata se faz por etapas. Em primeiro lugar aparecem as espécies pioneiras, mais rústicas, tolerantes ao sol pleno, de pequeno a médio porte, crescimento rápido e menos exigentes.
Após estabelecido o que chamamos “mato”, composto destas espécies e arbustos, que normalmente são as consideradas pragas da lavoura, começam a surgir as espécies intermediárias, que se aproveitam da sombra das primeiras, e depois as chamadas “climax”, que são arvores de grande porte e longevidade, que dominarão a mata, reduzindo as pioneiras a um percentual muito menor, formando o chamado sub-bosque.

3- Fator clima, altitude, solo.

Existem espécies que se adaptam melhor a solo mais seco ou mais úmido, arenoso, etc. Algumas espécies preferem climas frios, outras só produzem com muito calor. Algumas exigem altitudes mais baixas ou mais elevadas. Normalmente as espécies climaxes exigem um solo mais rico em adubação. Com uma boa literatura é possível obter muitos destes dados.

4- Fator regional (macro região).

Normalmente uma espécie que compõe a vegetação típica da região a ser reflorestada sempre se adaptará bem, respeitando-se compatibilidade de clima e solo. Existe uma vegetação caraterística para cada região do país. As principais são:
– Floresta Amazônica
– Cerrado
– Caatinga nordestina
– Mata Atlântica
– Vegetação litorânea
– Pantanal
– Mata das Araucárias e campos do sul

5- Fator aplicação.

Trata-se da finalidade para que se quer o reflorestamento. Normalmente os mais comuns são três requisitos:

– Árvores frutíferas para atrair e manter a fauna (muitas vezes não são frutos comestíveis para o homem),
– Árvores de grande porte (as tradicionais, também conhecidas como madeira de lei)
– Árvores com floração atraente, que também são melíferas, para a apicultura (procurando-se espécies que floresçam em épocas diferenciadas).

Cuidados com o desenvolvimento do plantioA melhor época é no início das primeiras chuvas da temporada, geralmente Outubro e Novembro, quando a terra já estiver molhada em profundidade. Para adubação o mesmo processo que utilizamos para formação de pomares ou culturas homogêneas. Verificar acidez do solo e corrigi-la, adubar no plantio e uma vez ao ano, antes das chuvas, até que as mudas estejam em torno de dois metros de altura.

A existência de mato, vegetação rasteira ou arbustiva original do local, em geral invasora e agressiva, por um lado ajuda a manter a fertilidade do solo, conter erosão e diminuir o ataque das formigas. Por outro lado ela pode abafar as mudas plantadas e matá-las. Portanto no plantio deve-se deixar um espaço limpo em volta das mudas, e fazer capina de coroamento umas duas vezes por ano.

As formigas, gafanhotos e grilos também são grandes inimigos do reflorestamento, e podem reduzir um projeto a quase zero em pouco tempo. Deve-se combate-las com métodos tradicionais (iscas, fumigação) para manter o controle. À medida que as mudas forem crescendo e formando-se um rico sub-bosque, o eco-sistema se encarregará de contê-las.