Planejamento e Manejo sustentável na propriedade rural

Planejamento espacial e plano de manejo sustentável na propriedade rural

Uma propriedade rural atenderá melhor às necessidades e interesses se for gerenciada de acordo e com um plano claro.

Um planejamento espacial e um plano de manejo sustentável tem como objetivo extrair o máximo da terra sem prejudicar o meio ambiente e ser rentável.

Em essência, um plano é um “roteiro” para guiar onde a propriedade está e para onde deseja chegar com ela.

Planejamento espacial da propriedade rural

O desafio de todo produtor rural é empreender o seu espaço, sítio ou fazenda, onde seja rentável, não agride o meio ambiente, aproveite todos os recursos disponíveis de forma consciente, enfim que seja sustentável.

Entretanto, antes de iniciar plantar ou criar é necessário fazer um planejamento espacial da propriedade.

O planejamento espacial propriedade rural se divide em 3 grandes blocos.

  • ASP – Área de Sistema Produtivo
  • APP – Área de Preservação Permanente
  • ARL – Área de Reserva Legal

Esses 3 grandes blocos têm como objetivo atender a legislação brasileira de código florestal, preservar o meio ambiente e definir a área produtiva da propriedade.

Definindo a Área de Preservação Permanente da propriedade

A área de preservação permanente deve-se atender a legislação vigente conforme Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012, referente ao código florestal brasileiro. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm

Geralmente a área de várzea são destinadas a APP, assim como córregos, rios, nascentes, etc, respeitando o código.

Citamos alguns exemplos mais comuns encontrados para definir a APP de uma propriedade.


Os recursos hídricos da propriedade rural como: córrego, riacho, rio, nascente e etc. Definem uma medida em metros que deve ser preservada.

Segundo o código, deve-se manter em torno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros.

E para os riachos, rios e córregos, as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura

50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham entre 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura.

Podendo chegar até 500 (quinhentos) metros de mata ciliar nas margens dos rios.

Conhecendo a lei vai ficando mais claro onde definir a APP e a ARL (Área de reserva legal) da propriedade.

Definindo a Área de Reserva Legal da propriedade

A área de reserva legal podemos simplificar em dois cenários conforme o código florestal, região Amazônia e o resto do país.

Propriedades localizadas na região da Amazônia, vai de 20% a 80% de ARL e para as outras regiões aplica-se 20% (vinte por cento) do total da propriedade rural. Existem outros detalhes para levar em consideração que podem ser obtidos no código florestal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm

Contudo, para fazer um planejamento espacial da propriedade é importante definir essas áreas, respeitando o código é claro. Havendo dúvidas um profissional qualificado poderá auxiliar.

Definindo a Área de Sistema Produtivo da Propriedade

Bem, cumprindo a lei o restante fica para o sistema produtivo. Onde colocar a casa, celeiro, curral, plantar etc. Conhecido como ASP (Área de Sistema Produtivo).

Na Agricultura Familiar vem contribuindo para o desenvolvimento sustentável da agricultura no Brasil https://www.sitiopema.com.br/agricultura-familiar-sustentabilidade-agronegocio/

Com uma pequena ASP é possível produzir grande quantidade de alimentos, desde bem planejada.

Por que fazer um planejamento espacial da propriedade

O planejamento espacial permite determinar o melhor local para produzir o gado de leite ou corte. Além de aproveitar o melhor solo para pastagem, relevo, clima entre outros aspectos.

Montando o plano espacial o próximo passo é fazer um levantamento abiótico da região. Conhecer o índice de chuva, secas, ventos, sol, temperatura, atmosfera, altitude entre outros.

Isso ajudará a determinar o melhor tipo de agricultura, produção animal e pastagens que corresponde ao clima existente.

Usar o melhor cultivar de uma cultura pode ser o fator determinante para o sucesso da propriedade em ser rentável. Assim como identificar novas possibilidades na agricultura ou produção animal que outros produtores locais não estão vendo. Diferenciando assim a sua propriedade das outras.

O relevo e tipo do solo também determinará qual o melhor tipo de empreendimento para a propriedade. Pois podem permitir ou não a mecanização.

Sabendo o tamanho da ASP (área de sistema produtivo), fatores abióticos, tipo de solo e o relevo, terá clareza o quanto a propriedade poderá produzir, ser ou não lucrativa em qual tipo de cultura.

Agora que tem um plano espacial, como implementar um plano de manejo sustentável na propriedade?

Planejamento da fazenda e plano de manejo sustentável

O que é um plano de manejo sustentável para uma propriedade rural?

O manejo sustentável é um modelo de gestão que possibilita uma forma mais racional de exploração dos elementos da natureza, com impactos mínimos que permitem que essas riquezas sejam exploradas pelas futuras gerações.

A realização de um planejamento para o manejo sustentável é primordial para a manutenção dos benefícios econômicos e sociais advindos da natureza.

Então, a organização de um plano de manejo sustentável cria mecanismos estruturados para as atividades econômicas que usam recursos e áreas ricas em vida natural, especialmente na pecuária.

O que deve conter no plano de manejo sustentável?

O planejamento do manejo sustentável não precisa ser um documento complicado e não há um formato padrão para escrever um. Pode variar de uma descrição simples ou de um plano extremamente meticuloso para a gestão de recursos múltiplos.

Um bom plano considera três tópicos principais:

1. Objetivos

Esta é a parte mais importante do plano de manejo, porque é onde diz exatamente o que quer produzir da terra. Seria a ASP (área de sistema produtivo), o qual foi definido acima.

Os objetivos devem refletir os verdadeiros desejos e ser compatíveis com os recursos disponíveis. Portanto, é necessário ter algum conhecimento básico dos recursos da propriedade antes de estabelecer objetivos.

Exemplo: quer adotar uma cultura que exige irrigação e a propriedade não dispõe de recursos hídricos ou quer adotar uma cultura que não é resistente a geada e a região é montanhosa.

2. Localização da Propriedade e História

A localização da propriedade poderá determinar o custo pós porteira. Como escoar a produção ou fazer beneficiamento.

3. Avaliação de Recursos

Esta seção do plano de manejo contém informações descritivas sobre os recursos naturais da propriedade.

É importante incluir informações como tipos de vegetação, características do solo, corpos de água, características históricas, usos da vida selvagem, entre outros.

Conhecer os recursos disponíveis da propriedade poderá ajudar a economizar e obter retorno rápido do investimento inicial.

Os Sistemas Agroflorestais ou ILPF (Integração Lavoura, Pasto e Floresta) estão sendo os preferidos pelos agricultores para diversificar e rentabilizar a propriedade. Veja como o Empreendedorismo Rural está sendo desenvolvido. https://www.sitiopema.com.br/empreendedorismo-rural-sistemas-agroflorestais/

Colocando em prática

Agora que as informações foram levantadas e o planejamento foi colocado no papel, é o momento de estabelecer uma rota produtiva para as áreas em questão, seja para extração madeireira, pecuária ou agricultura.

A criação desse modelo produtivo pode ser feita em conjunto com um especialista ou técnico com experiencia, que irá projetar um caminho viável para produzir com impactos reduzidos.